quarta-feira, 25 de julho de 2012

A fé e a má fé pelo voto bela-vistense


Por Josyel Carvalho

As eleições municipais já estão aí; então, muito cuidado desde já, principalmente com as apelações religiosas muito utilizadas nesse período. E tenho certeza que seja o eleitor católico, evangélico, muçulmano, ateu, budista, umbandista, descrente ou adepto de alguma seita, ou apenas crente em algum ser superior, o certo é que ele também já vem sofrendo e sendo vítima todo dia disso. O eleitor é o grande alvo de uma busca desenfreada que muitos candidatos vêm fazendo para tentar persuadir ou influenciar o voto do eleitor utilizando a religião ou a crença.

Os candidatos tentam de tudo, travestidos de católicos, evangélicos, eles citam passagens bíblicas, discursam em tom de sermão ou pregação religiosa como se estivessem entre os seus fiéis. Alguns nos olham e se dirigem a nós como se não votássemos neles estaríamos cometendo um grande pecado, e indo assim, contra a palavra de Deus. Inclusive muitos fiéis, contra vontade, sempre são pressionados para apoiar candidatos ‘A’ ou ‘B’ conforme acordos firmados por seus padres e pastores. Tudo em nome da fé.

A Religião e Voto são temas que apesar de muitos políticos tentarem ignorar, vêm sendo estudada abundantemente. No Brasil, sobretudo a partir dos anos 80, o tema passou a ser enfatizado, principalmente no Congresso Nacional onde se começara a introduzir o conceito de “bancada evangélica”, que a partir de então também começou a ser alvo de muitas críticas, o que acabou contribuindo para banalizá-la.

E como explicar a recorrência deste tema, em eleições democráticas, em pleno ano 2012, já que a separação entre religião e política sempre fez parte do ideário republicano. No entanto, seja voto de fé, pela fé ou o voto de má fé, o voto pela crença ou descrença para muitos ainda será determinante, entretanto não pode e não deve ser o único conceito avaliado pelo eleitor. Enfim, se não é fácil entender este fenômeno que às vezes parece ser único e poderoso e, outras vezes, parece ser múltiplo, segmentado e frágil, mais difícil ainda é prever suas conseqüências eleitorais.

Contato: josyelcarvalho@hotmail.com

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