No lapso de dois meses, um jornalista foi assassinado, outros dois violentamente agredidos e feridos e um quarto foi objecto de ameaças.
"Repórteres sem Fronteiras entrevê relação entre esses crimes e o fato de os jornalistas pertencerem a veículos da mídia com posições críticas, senão francamente opostas, ao Governo”, lê-se na missiva.
“A violência desses actos é alarmante. A segurança e a integridade física dos jornalistas estão em perigo e a gravidade dos crimes cometidos contra eles é muito preocupante : todos os profissionais do ramo devem sentir-se ameaçados e viver a angústia de uma agressão iminente e potencialmente fatal ? O medo está a tornar-se coisa comum entre os jornalistas?", questiona o Secretário Geral de RSF, Jean-François Julliard.
No último dia 22 de Outubro, um jornalista da Rádio Despertar, António Manuel Manuel da Silva, conhecido no meio radiofónico pelo pseudónimo de Jojo, foi apunhalado, durante a madrugada, por um indivíduo que, segundo testemunhas, falou no programa do jornalista. Grande sucesso popular, o seu programa teria ironizado o Presidente Eduardo dos Santos.
Um mês antes, no dia 22 de Setembro, Norberto Abias Sateko, repórter da TV Zimbo, tinha sido ferido a tiros. Aos 5 de Setembro, um outro jornalista da Rádio Despertar, Alberto Graves Chakussanga, foi morto, no próprio domicílio, com um tiro nas costas.or fim, o incidente mais recente aconteceu na madrugada do dia 23 ao dia 24 de Outubro últimos, quando o jornalista Rafael Marques foi vítima de uma emboscada.
Em 2010, Angola situa-se no 104° lugar da classificação mundial da liberdade de imprensa elaborada por Repórteres sem Fronteiras, mas os fatos ocorridos desde o início de Setembro podem fazer o país recuar.
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